segunda-feira, 2 de maio de 2011

O SENHOR DO SÁBADO, DO DOMINGO, DA SEGUNDA, DA TERÇA...

Porque a impressão de que lidamos sozinhos com nossas vidas a partir de todas as segundas, depois das celebrações de domingos? A presença de Deus não está restrita à EBD, aos evangelismos dominicais, aos momentos de comunhão e louvor nos "cultos" de domingo à noite. Alguns amigos meus repetem incessantemente que "o culto é a vida". Acredito que esta é a celebração que falta para completar a nossa alegria: a celebração da vida. Deus não nos diz "Bom Dia!" quando saímos para trabalhar nas segundas e fica esperando para nos encontrar novamente nos finais de semanas (nos domingos). Onde, então, está Deus?
Deus está por aí; no trabalhador que anda pensativo e deixa seu corpo ser agitado pelo balanço do transporte público; nos olhares cabisbaixos dos que não sabem mais o que fazer para se sentirem felizes, ou, pelo menos, melhores; nas mulheres que que em todos os lugares sofrem com maridos omissos, com os filhos rebeldes, com as formas injustas com que são tratadas por não serem compreendidas; Deus está nos filhos que não querem voltar para casa por causa da violência dos pais; está nas lágrimas dos jovens que sofrem por causa de alguma decepção sentimental; está nos adolescentes que vão bater no vidro do seu carro para pedir uma "ajuda"; está vestido de trapos nas esquinas esperando esmolas. Está também no cliente que você vai receber, no processo de produção que você irá conduzir ou operar, nos empregados que você irá supervisionar e no patrão a quem você dará satisfações.
E para eles...? Para eles Deus está em nós: na palavra de consolo, de esperança: nos nossos olhares de quem não se prostra diante das complexidades das nossas vidas; que entende que nossos sorrisos aquecem os corações que um dia se esfriaram, lança luz sobre as trevas das tristezas e amarguras que sufocam a respiração dos que sofrem; em nós, cuja esperança raia como a imponência do sol e a suavidade de uma brisa, e vence todo desespero na força daquele antigo carpinteiro, que, depois de tudo o que sofreu, morreu, mas ressuscitou. E está vivo. Vivo neles e em nós. Ele está sorrindo porque se alegra com o trabalho que estamos executando a semana inteira e com as relações que estamos desenvolvendo dia após dia.
A celebração do próximo domingo só fará sentido porque vivemos assim durante a semana; os nossos louvores só serão alegres porque celebrarão a vida experimentada em todas estas circunstâncias; a gratidão em nossas orações será profunda, porque O vimos a semana inteira e sentimos a sua alegria em nosso trabalho, em nossos relacionamentos, em nossos lares.
O domingo só será digno de ser dia de celebração por causa da segunda, da terça, da quarta...
Não nos cansemos de cultuar na vida para que nunca cessemos de celebrar a vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário